terça-feira, 25 de junho de 2013

27

Chega. Para mim, chega.
Jamais pensei ser pessoa de olhar o precipício com olhos de quem procura loucamente paz de espírito, mas... Chega. Não mais. 
Agradeço palavras de conforto, aceito tentativas de animação, aplaudo quem não me falta à verdade. Mas ninguém - repito, ninguém - saberá alguma vez o que é ser o que sou. Apesar de existirmos num mundo onde a novidade psíquica é rara, ninguém poderá compreender na totalidade o que é ser EU. O que é ser este ser único, que vive num meio que o repudia e o afasta. Este ser abatido, cansado da vida que leva (e que, ironicamente, lhe impuseram com certezas de que esta seria melhor). Este ser irritado, dono de uma ira capaz da morte. Este ser que agora, perante o Universo, desiste.
Chegará o dia em que se aproximarão do motivo, mas não mais. Perdurará em suspensão no tempo o "porquê", até ao esquecimento. E a resposta? Essa levarei comigo. Segura e livre de mãos alheias a quem o assunto não diz respeito. Pois não há ninguém mais acertado que eu para guardar o segredo da minha fúria existencial.

domingo, 23 de junho de 2013

Só mais um.

Cansaço. É a sensação física que me percorre. Puramente física. O problema não é do psicológico, garanto. É do físico. Mas esse muito influencia. Como dizem? Que a "mente sã em corpo são" é o desejável? Então esta mente está gasta. Está frágil e certamente prestes a quebrar. Cansei o corpo e este cansou a mente. Que faço? Vejo acontecer o inevitável.

sábado, 1 de outubro de 2011

O "nós" é como um rebuçado.
Feito de doçura,
envolto em ternura,
doce pedaço embrulhado.

Pois. Se consome, esse doce.
O tempo não perdoa.
Desenvolto e consumido,
aí tempera o que magoa.

Porém, sendo esse rebuçado
coisa então já feita,
de novo poderá ser criado,
basta tesourar a receita.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Notas voaram,
Perdidas no tempo.
Notas alcoviteiras,
Bisbilhoteiras
Ao sabor do vento.
De papel em papel
Saltam, esquivas
Largando migalhas
Em brincadeiras ofensivas.
A pena me consome,
Arrependimentos me esmagam
Pois mesmo sendo esquiva
Essas notas nao se apagam.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Amante .

Ser como um espectro,
que persuade e hipnotiza,
ludibriando os olhos
a quem o curioso visa.
Perseguição da alma,
foco de um pecado fatal,
atrai os tolos, os fracos,
aí a vontade rege-se mal.
Feitiço impiedoso e carnal,
Grita a tua real razão.
Porque a palavra em ti
vale mais do que a acção.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quinteto do Desabafo

A família perpetua.
A amizade perdura.
A inimizade surge e some.
O conhecimento é em vão.
E os amores? Esses são ilusão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Escrita

Hoje apetece-me escrever. Com tinta, com carvão, com cera, com cal... Com tudo.
A minha vontade emana do interior como um ovo a eclodir, cuja racha levará à nascença de um novo ser.
Não sei, apetece-me escrever. Esta força interior, força de mil e um soldados, quer libertar-se. E assim o vai fazendo, aos poucos, tomando posse da minha razão.
Mas com tanta persistência, tanta determinação para que a mão se mexa e convoque, sem controlo e intenção, me sacode com um saco de temas-resposta a uma pergunta comum:
                                     Sobre o quê escrever?
Uma excelente pergunta numa situação destas. Sobre o que irei eu escrever?
Poderia escrever cânticos românticos, peças teatrais, poemas sentimentais ou alegóricos... Ou até descrever situações, elogiar e criticar personalidades, criar uma nova ideologia... Enfim, as possibilidades rondam a casa do infinito.
Não sei. Que hei-de escrever? Se pego num papel branco, o rabisco me guiará a um outro e mais outro, de onde sairá um "desenho". Mas sobre o quê "desenhar"?
Poderia "desenhar" tudo o possível e mais. Entre a minha vontade imprópria de escrivã e a futura obra amadora, reside a pequena folha de papel. Uma misera e simples, no entanto, complexa e confusa folha de papel.
Não sei sobre o que escrever.
Tudo me passa pela cabeça; tudo me vem à tona. Porém, não consigo definir e restringir uma só escolha, uma só decisão.
Chiça! Quem diria que a escrita poderia ser tão complicada! Ando às voltas numa batalha constante em busca do meu tema-principal e nada feito. Nesta batalha ninguém parece ganhar, com tantos gostos e tantos interesses por onde escolher. Nem mesmo os favoritos se parecem decidir acerca de quem será transposto para o papel. O que fazer?!
Não sei! Não sei o que fazer! Não sei!
E agora? Como fazer a escolha? Como interceptar o meu figurino?
Não aguento mais tanta confusão e indecisão!

E com isto, desisti de escrever escrevendo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Resumos

Tanto se ouve falar do encanto,
                 da beleza e do espanto
                          que é ter-te por perto.

Tanto se sente acreditar,
                 se diz e se ouve falar
                          desse teu famoso cantar.

Tanto se chama por ti,
                 ao pôr-do-sol, ao luar,
                          tanto que se ouve chamar

Tanto se discute a aurora que evocas,
                 o corpo que mostras,
                          o profundo em que tocas.

Tanto se pede perdão
                pelo sofrimento em vão.
                          Jamais o sentido fora magoar.

Tanto se duvida da tua magia,
               paixão, alegria,
                         quando a não se pode evidenciar.

Tanto se quer mas se perde,
              não há equilíbrio, não há harmonia.
                         Porém, um dia, existiu alegria.

        Quem és?
                         Que queres de mim?
                                                         "Uma presença e um acreditar."

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Matemática Simpática


"E a nossa equação vai-nos dar um número MUUUUUITOOO simpático!"

Boas explicações? Checked.
Boa forma de ensino? Checked.
Bons materiais de apoio? Checked.
Professora? For Checking.
Linguagem utilizada? ERROR.

Aulas de Matemática de noventa minutos capazes de estoirar o cérebro a um adolescente. Não pela matéria, mas sim pela palavra!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Recreation

Moonlight fills the gaps off darkness surrounding me
as the stars rise from the dead sky giving it the vivacity,
the capacity to alternate my feeling shadow.
Caught by a spell of encantation
drown into a wheel of sensation,
pale, white light takes me into a deep,
sweet moment
where the angels anounce the creation
using my imagination
of a single pair
so diferent.
Not all dependence needs a pair.
But then, I need you.
In every drop of rain
I see you.
And ignorance takes me,
suffering blames me
for having this need,
this feeling where I can read:
"I miss you".